quarta-feira, 1 de julho de 2009

OS MEUS 19 ANOS

Esta é a minha imagem quando fui para a tropa...
E tem uma História que um dia, já eu tinha vindo do Ultramar me contaram.
Esta foto foi feuta por um fotografo que existia na Rua D. Afono Henriques, perto da Areosa.
Em frente existia um pronto a vestir, a dona Eugénia, dona do estabelecimento, sempre que vinha á porta obrigatóriamente olhava a minha foto, exposta que estava na montra do Senhor Salvador, dono da casa de fotografia com o mesmo nome.
A Senhora chorava sempre que me via, porque o seu filho, una anos mais velho que eu, segundo ela eramos parecidos e a senhora tinha dificuldade em olhar para mim e recordar o filho que estava em Moçambique a cumprir serviço Militar Obrigatório.
Um dia num casamento de um casal amigo falamos, ela não me reconheceu por motivos obvios mas eu dei-me a conhecer e ainda nessa altura a Senhora se agarrou a mim a chorar passados tantos anos, dizia-me ela;
Se você imagina-se o que me fez chorar à uns anos?
Incrédulo eu perguntei porquê?
Que mal lhe fiz para que tal acontece-se?
A D. Eugénia contou-me o seu segredo...
O segredo de uma Mãe, igual a tantas outras que sofreu a ausência de um filho que mandaram para a Guerra defender o que não tinha defesa.
Soube à dias que a D. Eugénia ( A GENINHA COMO ERA CONHECIDA) tinha falecido.
Nunca mais a voltei a ver, mas esteja onde estiver que esteja em paz,eu nunca esquecerei este episódio da minha vida.

Um Homem triste.

A noticia, era esperada, a Ana Isabel estava doente...
Cancro no estomago...tinha de ser operada.
Foi mas tratando-se de uma situação maligna...tinha os dias contados.
A minha ida para Angola estava para breve e a ideia de a perder estando ausente,consumia-me, mas que fazer...
Ainda vim de Férias em Março de 1973, as coisas pareciam-me ben encaminhadas, mas era apenas eu a tentar enganar-me...
Em Agosto começaram a chjegar as noticias que eu temia " A Ana ia começar a Fazer Quimioterapia", cada carta que chegava tornou-se de dificil abertura, escreveu-me sempre até que um dia me disse, já não tenho forças para te escrever meu querido...
O fim estava perto e eu lá longe, pensei abandonar tudo, numa ida a Luanda, apanhava um avião e vinha embora para o seu lado, passar or últimos momentos com ela...desaconselharam-me, seria dado como fugido á Guerra e tinha tudo perdido, pensei duas vezes e esperei dolorosamente a noticia que não queria receber, chegou seca com o Corte Real e o Cavaco a arranjarem forças para me dar a noticia...
A ANA ISABEL MORREU.
Morreu para esta vida mas no meu coração continua viva para sempre.